domingo, 28 de agosto de 2011

Vamos mudar de Hábitos?

                                                                           São muitas as ocasiões  em que dizemos: "eu não estou habituado"

Um dia fora do tempo, naqueles momentos em que nos ausentamos do nosso personagem e por escassas inspirações ficamos à toa, num lugar sem nome, com uma intenção sem destino e o qual designamos por distração, pensei nesta palavra e no que ela representa
O Hábito é algo que habita em nós e por isso está sempre connosco.
Vive nas nossas ações cria a nossa vida.
Se temos o Hábito de sonhar, somos sonhadores, se temos o Hábito de brincar, somos brincalhões.
É o que coabita e habita em nós que nos define.
"O Hábito faz o monge."
 Aquilo que repetimos é aquilo em que nos tornamos.
Então percebi que mudar é fácil, basta criar outros Hábitos, que sejam mais persistentes que os primeiros, basta dar mais atenção a outros pensamentos e praticar outras acções. É fácil mudar, quando percebemos que podemos desalojar o que habita em nós.
Aquilo a que nos habituamos é apenas um inquilino de fácil remoção, para tal, basta que falemos com o nosso coração e baixinho lhe confessemos o quanto desejamos seguir outro caminho.
Não apagamos os velhos Hábitos, apenas escrevemos por cima e criamos outras realidades.
Qualquer Hábito, por melhor que seja, cria uma rotina, que se repete com tanta frequência, que poderá levar-nos à ausência da nossa vontade.
Levados pelo Hábito do que já sabemos, podemos cometer a veleidade de esquecer como é importante aprender novas coisas, perder a segurança do que nos parece estável e seremos capazes de eclodir para um novo nascimento.
Talvez as doenças do foro mental, a perca de lucidez, aconteçam mais em  vidas, cuja repetição constante dos mesmos  atos se tornou tão intensa, que o cérebro deixou de ser necessário e nesse sentido apaga algumas das suas funções.
Não é preciso atirarmo-nos de um precipício para sentir o medo, nem romper com tudo à nossa volta.
Bastam pequenos gestos para que as nossas funções cerebrais saibam o quanto precisamos delas e continuem ativas, despertando-nos sempre.
Que tal acordar num horário diferente, falar com alguém que vemos todos os dias, mas que simplesmente ignoramos. Há tantas possibilidades...
Deixar os hábitos comandarem os nossos dias, pode levar-nos a uma exaustão tão grande, que um dia esquecemos tudo e somos incapazes até de recordar.
O hábito facilita as tarefas e dificulta a criatividade, é uma armadilha entre as muitas que o nosso destino têm.
E  o mais preocupante, é que por vezes temos o Hábito de não sermos verdadeiros connosco, de não aceitarmos os desafios que a vida nos vai propondo.
Faz parte do nosso crescimento, descobrir daquilo que somos capazes, mesmo quando estamos convencidos das nossas capacidades, seguros dos nossos medos e aparentemente felizes com o que conquistamos.
Senão surpreendermos a vida, corremos o risco de ser ela a surpreender-nos...

Natália Rodrigues