segunda-feira, 28 de março de 2016

O  Pão da Ida



O mais interessante em ter um Blog é sem dúvida a partilha.
Levar o que sentimos, o que fazemos até aqueles que não sabemos se algum dia iremos conhecer.
Partilhar as minhas coisas e partilhas as coisas que não são de ninguém.
É isso que hoje sinto vontade de fazer.
A Ida é uma amiga, e quando o que sentimos é grande, qualquer palavra parece pequena para exprimir o que representa para nós.
O que importa é que hoje a Ida presenteou-me com este maravilhoso pão, o qual poderá ser degustado por todos vós, já que com a sua autorização deixo a receita.
Enquanto falávamos sobre o pão e sobre o que nos alimenta, surgiu-me uma frase, não fui eu que a "cozinhei" mas foi em mim que as palavras encontraram forma para se expressar.
"Fazer pão é engravidar a farinha"
É acrescentá-la. É transformá-la.
Fazer pão é uma arte e como todas as artes, se for feita com amor "fermenta" melhor.

Pão da Ida (com amor)

Receita 
1 tigela da sopa de arroz integral cozido
1 tigela de farinha branca de centeio
1 tigela de farinha de trigo espelta
2 colheres de sopa de sementes de papoila
2 colheres de sopa de sementes de linhaça
1 pitada de sal
1 saqueta de fermipan (ou outra levedura)
água

Confeção
Coloque as farinhas numa taça, junte o arroz e as sementes. Desfaça o fermento em água morna e adicione aos restantes ingredientes, misture tudo. Junte água  morna aos poucos, até obter uma massa que não coloque à mão. Amasse durante alguns minutos (5).
Unte uma forma com um fio de azeite, polvilhe com farinha e coloque a massa dentro da forma.
Embrulhe com uma manta e deixe em lugar morno durante 2 a 3h para levedar.
Após esse tempo leve ao forno pré aquecido a 180g durante 30 minutos aproximadamente.
Pode variar as sementes e as farinhas.
O arroz integral cozinhado dentro do pão,dá-lhe humidade e ajuda na digestão.
O pão da Ida dá vida.

Natália Rodrigues



quinta-feira, 17 de março de 2016

Do prato elaborado no Workshop  na Mania da Cozinha (Funchal), partilho a receita:

 Creme de Tofu com manjericão no forno


Ingredientes:
  • 500g de tofu
  • 10 folhas de manjericão
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • 2 colheres de sopa de shoyu
  • 1 colher de sobremesa de mostarda
  • 1 pitada de sal
  • 2 dentes de alho
Confeção 

Coloque o tofu dentro de uma taça, amasse com as mãos, durante o processo seja delicado, seja alegre, faça-o com confiança e entrega, enquanto amassa o tofu, a flora microbiana da sua pele mistura-se com ele, e isso fará a diferença do seu prato, para outros em que a mesma receita será elaborada por outras mãos.
Adicione todos os temperos e use a varinha mágica para fazer a magia de tornar o tofu em creme. 
Prove, o seu paladar dirá se necessita de mais sal, de mais sabor ou de outro tempero. 
Pode substituir o manjericão por coentros, hortelã, salsa, cebolinho ou outra erva aromática da sua preferência.
Forre um tabuleiro com papel vegetal e coloque o creme no seu interior, alise com uma colher humedecida, regue com um fio de azeite por cima e leve ao forno a 180 graus, durante 20 minutos aproximadamente.

Bom apetite!

Natália Rodrigues 





sábado, 12 de março de 2016

Workshop Mania da Cozinha
Madeira


Estar na Ilha da Madeira para mim é estar na minha terra. Este lugar representa um tempo e um espaço capaz de acalmar os anseios do meu coração.
Lá "cozinho" com  alegria. Posso fazê-lo em qualquer lugar, porque quando fazemos o que somos o lugar ganha outra dimensão, mas há lugares e pessoas que têm o dom de desembrulhar o melhor que há em nós, e a Ilha da Madeira é um desses lugares.
Ficam algumas fotos da nossa aula, depois virão as receitas.
Se ainda não consegues esta ilha, marca na tua agenda como próxima viagem, verás que nenhum homem é um ilha, quando se encontra nesta ilha, onde as pessoas são uma morada sempre disponível para nos receber.

Natália Rodrigues


A Nossa sopa à luz da vela ecológica (do Miguel Araújo)



A alegria de cozinhar



A nossa Mesa



O Nosso prato completo



quarta-feira, 2 de março de 2016


Sobremesas

Tudo o que deixa memórias de prazer na nossa mente, torna-se parte integrante das nossas recordações. Torna-se parte presente do nosso presente.
Se inunda o nosso corpo com o tempero do prazer, ficará para sempre (enquanto formos o que somos) na pasta das boas memórias. O que mais nos marca, são as recordações cujas emoções, ocuparam a cimeira dos nossos sentimentos.
Dor e prazer são tatuagens do corpo emocional, com grande capacidade de nos influenciarem.
Quando sentimos um desejo forte de comer uma sobremesa, é inteligente procurar algo com qualidade, mas não esquecer que tem também de possuir sabor.
Se acaso tentarmos obter da sobremesa aquilo que consideramos saúde, o que poderá acontecer, é repetirmos a quantidade, apoiados na ideia de que isso não nos prejudicará.
Se procuramos ter um momento de prazer, a melhor opção (penso eu) é comer  algo que seja de qualidade, mas que não perca o cariz de uma sobremesa: ser leve e saborosa.
As farinhas integrais nem sempre são as mais indicadas para confecionar sobremesas,  já que podem originar sobremesas pesadas e maçudas.
O equilíbrio das suas refeições e da sua vida, está naquilo que faz com maior frequência. As sobremesas são uma pequena parte da vida, e representam momentos de prazer.
É  importante que depois de consumir esse "momento" possa dizer: "Estou bem, não preciso de mais nada."
Quando atingimos um certo patamar da escada da nossa evolução, já não precisamos de momentos de prazer, seguramente teremos prazer com todos os momentos, mesmo os amargos.
Nessa fase saberemos separa-nos das coisas, e até do que sentimos, tal como a clara se separa da gema e depois de batida se torne leve apesar de dizermos que fica em castelo, nós também saberemos elevar-nos aos acontecimentos e aos sentimentos, até lá sintamos o prazer de uma sobremesa saudável, sem precisamos empanturrar-nos com ela.
Tudo o que sabe muito bem, só se pode comer um pouco.
Tal como os bons perfumes, as coisas muitas boas são servidas em pequenas quantidades, para que não nos viciemos.



Bolo de maçã e canela

Ingredientes
  • 3 maças cortadas aos quadradinhos
  • 2 chávenas de chá de farinha de trigo branca 
  • 2 colheres de chá de bicarbonato de sódio
  • 1 chávena de chá mal cheia de azeite
  • raspa de 1 limão
  • colher de sopa de canela
  • 1 chávena de chá de geleia de arroz
  • 1 chávena de café de leite de arroz
  • 1 pitada de flor de sal
  • natas de aveia para decorar 

Confecção

Coloque o azeite, a geleia e o leite num copo, emulsione com a ajuda da varinha mágica e reserve.
Numa taça coloque a farinha, o sal o bicarbonato, a canela e as maçãs. Junte o creme obtido da emulsão, misture bem, se a consistência estiver muito grossa, adicione um pouco de leite para a tornar mais fluída.
Forre uma forma com papel vegetal, unte-o com um fio de azeite e verta sobre ele o preparado. Leve ao forno pré aquecido a 180 graus, durante 30 minutos aproximadamente.
Coloque o pacote das natas no frigorífico durante 2h e verta por cima das fatias do bolo ao servir, polvilhe com canela.
Mastigue devagar, o sabor só está presente enquanto mastigar, não engula, deguste primeiro.
Seja feliz, a maçã e canela são dois óptimos ingredientes para fortalecer a felicidade.

Natália Rodrigues